Cérebro de Magilea é doado para pesquisa da USP

O ex-boxeador está sendo usado em um estudo da faculdade de medicina sobre encefalopatia traumática crônica, uma doença neurodegenerativa.

24 fora
2024
– às 19h35

(atualizado às 19h35)




Cérebro de Magilea é doado para pesquisa da USP

Foto: divulgação/Esporte News Mundo

Após anos convivendo com encefalopatia traumática crônica, condição neurodegenerativa conhecida como “demência do boxe”, o ex-boxeador Magilea morreu nesta quinta-feira (24) aos 66 anos. Conforme afirmou o atleta em 2018, seu cérebro será doado à Universidade de São Paulo (USP) e utilizado em pesquisas científicas.

Há seis anos, com a anuência da família, Magilea assinou um comunicado manifestando o desejo de doar à Faculdade de Medicina da USP, grupo de pesquisa sobre os efeitos da exposição repetida na cabeça de atletas de futebol e boxe. rugby e outros esportes.

Com um diagnóstico muitas vezes confundido com outras doenças, como o Alzheimer, devido aos sintomas semelhantes, a encefalopatia traumática crônica tornou-se objeto de estudo. O CTE se apresenta com tonturas, dores de cabeça crônicas, perda de memória, alterações cognitivas e problemas motores. Além disso, podem ocorrer alterações comportamentais como ansiedade, irritabilidade, impulsividade e outras condições.

Apesar da dificuldade de um diagnóstico preciso, há avanços científicos que permitem detectar os sintomas do CTE em exames de imagem e na análise do líquido cefalorraquidiano, líquido encontrado nas estruturas do cérebro que fornece nutrientes ao cérebro. Um exemplo de indicador é a proteína TAU, que se presente em grandes quantidades em partes específicas do cérebro, juntamente com outros sintomas, leva à confirmação da doença.

Estudos do cérebro de atletas auxiliam na detecção precoce e no tratamento dessa condição. Antes de Magila, outros ex-atletas manifestaram o desejo de doar seus órgãos para pesquisas da USP. O zagueiro Bellini e o boxeador Eder Joffre também doaram seus cérebros para a equipe de pesquisa.

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