Respeito pelo património. Ou apenas, obrigado Regi!

As redes sociais servem para construir e destruir. Nos últimos tempos, muitas pessoas não demonstram o devido respeito. Um deles é Reginaldo Leme




Reginald Leme: uma vida dedicada ao jornalismo e à velocidade. Em primeiro lugar, respeito

Reginald Leme: uma vida dedicada ao jornalismo e à velocidade. Em primeiro lugar, respeito

Foto: Reimpressão/Instagram

Este artigo é mais um fã do que um “especialista”. É uma espécie de agradecimento, de expressar algo que te incomoda muito e, acima de tudo, de pedir respeito.

Não é novidade que as redes sociais têm desempenhado um duplo papel: a humanidade talvez nunca tenha estado tão conectada e com tanto acesso à informação a uma velocidade tão vertiginosa. No entanto, a facilidade de comunicação vem acompanhada de uma crescente falta de compreensão e de construção e destruição de reputações, como um pit stop da Red Bull.

O foco aqui termina na última parte do parágrafo anterior e é agora trazido para o contexto do automobilismo, especificamente da F1. Não é novidade que as redes sociais trazem muitas críticas à equipe que transmite a F1 para o Brasil. Com a definição de que a Band não deveria continuar até a temporada de 2025, algumas emissoras liberaram seu ódio aos integrantes da equipe de forma mais intensa.

O ano de 2021 parece distante, quando o povo abraçou a banda com paixão, com direito a gritar o nome de Sergio Mauricio após o GP de São Paulo em Interlagos. Hoje parece que é bom ter motivos para reclamar. Ninguém é perfeito e todos estão sujeitos a críticas. Mas vemos que a crítica pela crítica aumentou, com fundamentos fracos e a serviço da reputação de todos.

Criar uma transmissão como a F1 exige muita preparação e foco. A equipe deve ficar atenta às ações na pista, cuidar das redes sociais, conferir tempo ao vivo e ainda tem que manter a harmonia no ouvido. Depois que comecei a transmitir na webradio em 2019, aprendi um pouco mais sobre o assunto e minha autoestima cresceu significativamente.

Mas boa parte da artilharia da rede está voltada para Reginaldo Leme. Durante seus 52 anos acompanhando a F1 ao vivo, foram muitos os posts nas redes que o criticam abertamente de forma desnecessária e inusitada.



Reginaldo Lemme e Emerson Fittipaldi no circuito de F1 na década de 70

Reginaldo Lemme e Emerson Fittipaldi no circuito de F1 na década de 70

Foto: Reimpressão/Instagram

Realmente me incomoda toda vez que vejo isso. Se hoje acompanhamos a F1 com paixão, Reginaldo Lemme é um dos responsáveis ​​diretos. Comecei a acompanhar seriamente a F1 em 1986 e ele foi um dos catequistas que entendeu como era a categoria e também deu informações sobre os locais das corridas. As edições do Sinal Verde, que surgiram aos sábados por volta das 19h00, trouxeram um equilíbrio entre o curioso e o técnico com uma visão especial da nossa “Areia”. Diversas publicações estão disponíveis na Internet. Naqueles tempos eram verdadeiras janelas para o mundo.

Poucos receberam o anel do “Clube dos 500 GPs” e conseguiram ser citados na imprensa especial internacional. Não dá para pensar na F1 no Brasil e ignorar o nome Reginaldo Leme.

Como eu disse antes, a crítica faz parte do processo. No entanto, há demasiadas queixas que soam como puro preconceito de idade e ignoram todo o trabalho que já foi feito. Para falarmos aqui de automobilismo, o Reginaldo foi um dos que fez o trabalho de base. São pessoas de Pedro Victor de Lamare, Celso Itibere, Lito Cavalcanti, Claudio Carsugi, Lemir Martins, Roberto Ferreira, Edgard Melo Filho e tantos outros que mostraram os caminhos e hoje seguimos seus passos.

Como qualquer profissional, é preciso ser respeitado para ser respeitado. Não gostar ou desagradar faz parte do processo. E devemos elogiar enquanto é possível, e não guardar para depois. Já tive a oportunidade de fazer isso pessoalmente e diria que se estou enlouquecendo com essa coisa de “carrinhos andando por aí” hoje, é um dos culpados diretos.

A saída da Band da F1 em 2025 não significa o fim da participação de Reginaldo Lemero na velocidade. Então vamos aproveitar os momentos, vídeos e obras que chegam e aguardar o livro que ele preparou com muita atenção com a narração de suas aventuras.

Alguns que vêm aqui dizem: “Você só está falando isso porque está na Band!” Na verdade, trabalho com a equipe do BandSports principalmente no FIA WEC desde 2023. A dificuldade do trabalho e, mesmo antes da mudança de canal, já estava em contato com alguns membros da equipe e sempre tentava ajudar com Informação.

Como falei no início do artigo: todo mundo aqui é fã. Obrigado, Reg!

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