Fabricio Ribeiro disse que nem planejava trabalhar naquele dia
Fabricio Ribeiro e Lucas Souza de Paula eram dois motoristas de ônibus contratados por torcedores da Máfia Azuldo Cruzeiro, que foram agredidos por integrantes da Mancha Alviverde, do Palmeiras. O primeiro é um dos sócios da transportadora e nem estava na viagem.
Como disse a esposa de Fabricio, Priscilla Ribeiro fantásticoda TV Globo, planejou uma noite em família com festa do pijama para a filha. A mudança de planos ocorreu quando os torcedores optaram por alugar outro carro.
“Não poder fazer algo era uma grande sensação de impotência. Vimos pessoas correndo, pensamos que era uma briga de multidão, mas queríamos sair vivos deste lugar”, disse ele no programa.
O ônibus dirigido por Lucas foi o que mais sofreu danos. O profissional escapou com dificuldade dos ataques: “Os torcedores chegaram até mim com barras de ferro, tiraram minha roupa e disseram que não vão me bater”.
Embora não tenham sido agredidos, o motorista presenciou cenas que dificilmente serão esquecidas: “Eu estava no final, não conseguia mais vê-lo. O fogo aumentou em segundos. Quando eu os vi, eles saíram do chão, acho que estavam caídos no chão. Muitas pessoas. Um torcedor que estava ao meu lado me bateu com o ferro.”
Durante o ataque, um dos ônibus, que nem sequer foi pago, foi perdido. Para retornar a Minas Gerais, os dois motoristas se revezaram na condução do veículo restante. Por causa do para-brisa quebrado e do medo de um novo ataque, eles usavam capacetes.
Lucas voltou ao trabalho na semana passada. Ele liderou um grupo de peregrinos até a cidade de Aparecida do Norte (SP), onde também demonstrou sua fé.