Ministro do STF vota pela libertação de ex-jogador acusado de estupro coletivo; o julgamento em plenário virtual seguirá até 26 de novembro.
Na sexta-feira (15), o ministro Gilmar Mendes, o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicionou a favor da libertação do ex-jogador Robinho, que está detido há oito meses em Tremembé, São Paulo. O atleta cumpre nove anos de prisão por envolvimento no caso de estupro coletivo, ocorrido em 2013, enquanto jogava pelo time do Milan, imposto por uma Justiça italiana.
O julgamento acontecerá em ambiente virtual e seguirá até 26 de novembro. Até o momento, três ministros – Luis Fuchs, Luis Roberto Barroso e Edson Fachin – já manifestaram seu voto pela manutenção do condenado na prisão.
Insights de Gilmar Mendes
Para o ministro, a Lei de Imigração, sancionada em 2017, não deveria ser aplicada retroativamente ao caso de Robinho porque o delito é anterior à norma. Ele defende a suspensão do processo de homologação da sentença estrangeira e da decisão que transferiu a execução da sentença para o Brasil.
Mendes também argumentou que o Brasil poderia ter julgado o caso internamente devido à cidadania dos acusados. Em seu voto, afirmou que a aplicação da lei italiana no Brasil não seria necessária para garantir a responsabilização dos acusados.
Outro ponto discutido foi o direito da defesa recorrer da decisão do STJ que proferiu a pena de prisão. O juiz entende que a prisão imediata foi feita às pressas porque ainda havia a possibilidade de julgar o caso tanto no STJ quanto no STF.
Votos para manter a prisão
Os ministros que votaram contra a liberação argumentaram que a decisão do STJ foi legal e está de acordo com a legislação nacional e acordos internacionais. Luiz Fuchs enfatizou que a transferência da pena para o Brasil é para cumprir os trâmites legais e respeitar a independência das decisões italianas.
Argumentos de defesa
Os advogados de Robinho questionam a constitucionalidade do trecho da Lei de Imigração que permite a execução de sentenças proferidas por tribunais estrangeiros contra brasileiros. Acreditam também que a decisão de prisão deveria ter sido tomada pelo juiz de primeira instância, e não pelo STJ.
O julgamento está em andamento
Os ministros do STF devem votar até o final de novembro. Se a maioria decidir libertá-lo, o ex-jogador será libertado. Caso contrário, ele permanecerá preso para cumprir pena de nove anos no Brasil.