Edna Oliveira dos Santos foi classificada como figura central num caso de fraude envolvendo o ex-mecenas do clube.
UM CPI das Apostas chamado Edna Oliveira dos SantosNo caso de Vai de Beth, o ex-patrono do Corinthians foi designado como “laranja” para prestar depoimento como testemunha. O pedido, elaborado pelo senador Izalsi Lucas (PL-DF), foi aprovado nesta terça-feira, 19. A data da certidão ainda não foi definida.
No aplicativo, Edna é classificada como “centro da cidade no caso de fraude com patrocínio da plataforma Vai de Aposta ao Corinthians”. A empresa Neoway Soluções, que estava registrada em seu nome sem o seu conhecimento, recebeu um repasse de mais de R$ 1 milhão em comissões para o intermediário contratado. A mulher mora em condições simples, em Peruíbe, litoral de São Paulo.
Em outro pedido aprovado pela CPI, o senador Izalsi Lucas solicitou uma série de informações sobre registros, contratos e relatórios da Neoway. A investigação determinará se a empresa facilitou a transferência de comissões ou fundos adicionais de forma não transparente e se houve manipulação financeira em benefício de terceiros.
“Nesse contexto, a Neoway foi utilizada para transferir recursos de forma encoberta que permite ocultar a origem e o real destino dos recursos, prática comum em esquemas de lavagem de dinheiro”, diz trecho do documento.
Ao assinar o Vay de Bet, o Corinthians garantiu o maior acordo de patrocínio do futebol brasileiro. A marca de apostas ofereceu R$ 360 milhões para imprimir o ótimo clima na camisa do Corinthians por três temporadas. O acordo estipulou um pagamento de Rs 10 milhões ao longo de um período de contrato de 36 meses. No total, o clube recebeu R$ 66 milhões pela parceria.
O acordo também prevê o pagamento de 7% do valor líquido de cada pagamento à Rede Media Social Ltda. Ou seja, 700 mil por mês durante três anos, resultando em R$ 25,2 milhões ao final do contrato. Após o pagamento das comissões, a Rede Social Media Ltda transferiu parte dos recursos por meio do PIX para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, empresa com endereço na Avenida Paulista que serve como “laranja”.
Outros meios de segmentação
Outras empresas citadas na investigação da CPI são a Zelu Brasil Facilitadora e a Pay Brokers, intermediárias autorizadas a transferir patrocínio do Vai de Bet para o Corinthians. Porém, R$ 56 milhões foram pagos pela casa de apostas para outros três intermediários ausentes do contrato: Otsafe e Pagfast EFX, o segundo, com dois números de CNPJ diferentes..
Tanto a Zelu Brasil Facilitadora quanto a Pay Brokers foram alvo da Polícia Civil de Pernambuco em uma operação de integração que investiga um possível esquema de lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar.