STF suspende decisão sobre futuro de Ednaldo Rodríguez na CBF

Gilmar Mendes transformou o referendo em um julgamento sobre a natureza da medida cautelar, que devolveu o presidente ao assunto; Após votação de Mendez, ministro Flávio Dino pediu para dar uma olhada

Ó Supremo Tribunal Federal (STF) não cumpriu pena renovada de medida preventiva Ednaldo Rodríguez para a presidência Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Depois de apenas quatro horas, apenas o presidente da Câmara, ministro Gilmar Mendes, reteve o seu voto, no qual também defendeu que o referendo fosse um julgamento sobre o mérito da medida. Depois disso, Flavio Dino pediu para assistir.

A mudança proposta por Mendes significa que os ministros vão analisar os aspectos de conforto da medida, ao invés de avaliar a permanência ou queda do despacho. Se esta decisão fosse anulada, novas eleições seriam convocadas. O mandato de Ednaldo Rodríguez vai até março de 2026.

Foi considerada válida nesse sentido a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que determinou o afastamento do presidente em 7 de dezembro de 2023, revista pelo ministro Flávio Dino, o que significa mais tempo para avaliar o caso.

O palestrante defende o TAS entre CBF e MP-RJ

Gilmar Mendez afirmou que o esporte é um direito social previsto na Constituição Federal. Neste entendimento, é oportuno que o Ministério de Estado no seu papel de fiscalizador da lei possa intervir nas entidades desportivas. Também é citada a Lei Pelé (9.615/1998), que estabelece os princípios do esporte como um direito social.

Isso é importante porque confirma o Período de Correção de Comportamento (TAC) assinado entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que após a eleição de Ednaldo em 2022 deu estabilidade a favor da entidade .

“As atividades relacionadas com a prática desportiva integram interesses sociais relevantes, pelo que são qualificadas de interesse público, elemento que legitima a atuação do Ministério Público. A prática desportiva no nosso país goza de grande importância constitucional e jurídica, o que lhe permite ser descrito como um direito social”, disse Gilmar Mendes em seu voto.

O ministro também tomou a medida cautelar que apresentou em janeiro deste ano a pedido do PCdoB e Ednaldo foi reintegrado após sua demissão, determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). “Reparações difíceis ou impossíveis foram descritas pelo peticionário em referência à intervenção judicial da CBF”, disse Mendes.

Tanto a FIFA quanto a CONMEBOL então recusou-se a intervir. A CBF estava sob ameaça de puniçãoe o time de futebol masculino Ele quase perdeu a competição pré-olímpicadeterminar aqueles que se qualificaram para as Olimpíadas de Paris 2024. A participação só foi possível depois que Gilmar Mendes devolveu Ednaldo à presidência.

Segundo o ministro, o perigo de cancelar a medida cautelar é uma nova intervenção. Mesmo já tendo terminado os Jogos Olímpicos de Paris (sem a participação do futebol masculino brasileiro, pois a seleção não se classificou), os clubes e seleções brasileiras poderiam sair das competições da CONMEBOL e da FIFA neste cenário.

Mendes destacou que há dois brasileiros nas semifinais da Libertadores que podem sofrer com isso. Além disso, o ministro mencionou as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, a própria Copa do Mundo e até a Copa do Mundo Feminina, que será realizada no Brasil em 2027.

Agenda de casos de Ednaldo Rodríguez como presidente da CBF

  • Março de 2017: O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pede a anulação da sessão que alterou as regras eleitorais internas, sob o argumento de que as alterações não atenderam aos princípios de transparência e abertura.
  • Julho de 2021: O presidente Rogério Caboclo foi então deposto em meio a denúncias de assédio sexual, e todo o conselho eleito com Caboclo em 2017 foi destituído judicialmente.
  • Março de 2022: Ednaldo Rodríguez é selecionado com regras modificadas e sem ingresso na competição após assinatura do (Período de Ajustamento de Conduta) entre MP-RJ e CBF para garantir estabilidade a favor da CBF.
  • Dezembro de 2023: TJ-RJ regulamenta legalidade do TAC, cancela reuniões da CBF e expulsa Ednaldo Rodriguez.
  • Dezembro de 2023: Ednaldo recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), alegando que sua destituição colocaria em risco “a organização do futebol no país e toda a sua cadeia econômica”.
  • Dezembro de 2023: O MP-RJ também foi ao STJ questionar a decisão do TC-RJ.
  • Dezembro de 2023: O STJ julga improcedentes ambas as ações.
  • Dezembro de 2023: O Partido Social Democrata (PSD) propõe ao STF ordem de recondução de Ednaldo para este cargo, porque a decisão do tribunal do TJ-RJ “contraria as competências constitucionais do Ministério Público e a independência dos sujeitos da prática desportiva”.
  • Dezembro de 2023: Este pedido foi rejeitado pelo ministro André Mendonça, que afirmou que “apesar da complexidade do caso, o processo tramita há mais de seis anos sem medidas urgentes”.
  • Janeiro de 2024: Gilmar Mendes aceita a ação direta inconstitucional do PCdoB para transferir Ednaldo Rodríguez para a presidência da CBF, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da República (AGU) manifestarem-se a favor da suspensão da decisão judicial que afastou Ednaldo.
  • Janeiro de 2024: Ednaldo se reuniu com membros da FIFA e da CONMEBOL, que rejeitaram a punição da CBF.
  • Janeiro de 2024: O presidente afastou Fernando Diniz do cargo de técnico interino da Seleção Brasileira e convocou Dorival Junior, que estava em São Paulo, para assumir o comando do Brasil em caráter permanente.
  • 9 de outubro de 2024: Após 7 atrasos, o STF começa a analisar a medida cautelar que devolveu Ednaldo à presidência.

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