Marco La Porta venceu Paulo Vanderli nas eleições e se tornou o novo presidente do COB

O candidato da oposição venceu o presidente em exercício na votação de quinta-feira no Rio

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2024
– 12h46

(atualizado às 12h57)

Marco Antônio La Porta é o novo presidente Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Na quinta-feira, o ex-vice-presidente desta instituição ultrapassou o atual presidente. Paulo Wanderley Teixeirana votação realizada no Rio de Janeiro, na Assembleia Geral do PCC. Ele será o 10º presidente da história do COB.

A chapa de La Porta, com Ian Márquez como vice-presidente, recebeu 30 votos dos 55 contestados, contra 25 votos da chapa de Paulo Wanderley, que tinha Alberto Maciel Jr. La Porta e Yen, medalhista olímpico de pentatlo nas Olimpíadas de Londres de 2012, presidirão o comitê de 2025-2028. A cerimônia de abertura está prevista para 15 de janeiro.



Marco La Porta, vice-presidente do COB

Foto: Thiago Queiroz/Estadão/Estadão

O debate foi equilibrado, como esperado desde o início do processo eleitoral. Apenas dois candidatos concorreram este ano, um a menos que nas eleições de 2020. La Porta entrou na disputa com a garantia de 19 votos dos esportistas e precisava de pelo menos mais nove para vencer. Essas votações poderão ser feitas pelas confederações e pelos dois representantes do Brasil no Comitê Olímpico Internacional (COI).

A votação secreta foi realizada por meio de cédula de papel em urnas do Centro de Treinamento do COB, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde fica a sede do órgão.

A Assembleia Geral do COB, que realiza todas as eleições, é composta por 34 presidentes das Confederações Olímpicas de Verão e Inverno filiadas ao COB, dois membros brasileiros do Comitê Olímpico Internacional (COI) – Andrew Parsons e Bernard Rajzman, e 19 representantes. Comissão de Atletas (CACOB).

Além da decisão sobre o comando direto da entidade, na eleição do presidente e do vice-presidente, votaram também pela eleição de sete membros do Conselho de Administração. Os eleitos foram Felipe Tadeu Moreira Lima do Rego Barros (manualmente) com 50 votos; Radamés Lattari Filho (vôlei), com 50; Rafael Girotto (Kanoer), com 41; Jodson Gomez Edington Junior (arremesso), com 39; Carl Anders Ivar Pettersson (Esportes de Neve), com 37; Flavio Cabral Neves (lutador), com 34; Flávio Padarats (surf), com 29; e Daniela Castro (membro independente).

O resultado das eleições presidenciais e vice-presidenciais encerra o mandato de sete anos de liderança de Paulo Wanderley. Nesse período, o Brasil alcançou as melhores conquistas históricas nos Jogos Olímpicos, Tóquio, 2021 e Paris-2024. O atual presidente assumiu o cargo em 2017, substituindo Carlos Artur Nuzman, que renunciou após acusações de corrupção.

Paulo Wonderli tem sido elogiado por atletas e confederações por sua liderança nos últimos anos. Mas acabou desagradando uma seção do CBO, principalmente os atletas, por tentar chefiar o COB pela terceira vez. Depois de se tornar presidente em 2017, foi reeleito em 2020 após ser eleito vice-presidente, desta vez buscando a reeleição.

No entanto, grupos esportivos se organizaram para criticar a indicação, considerada ilegal pela Lei Pelé, pela Lei Geral do Desporto (que substituiu a anterior) e pelo próprio Estatuto do COB. Temiam que, caso Paulo Wonderli fosse reeleito, o COB perdesse o certificado do Ministério do Esporte. Assim, o governo federal veta o repasse de recursos da loteria federal, principal fonte de recursos do comitê. Também poderia impedir a transferência de patrocínio recentemente firmado com a Caixa Econômica Federal.

Havia expectativas de que a eleição fosse resolvida na Justiça caso o presidente fosse reeleito na quinta-feira. As organizações representativas dos atletas já demonstraram essa possibilidade nos últimos dias. Porém, com a vitória do La Porta, o resultado desta quinta-feira deverá ser decisivo.

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