Brighton e Bananashal: Por que a equipe de Fabian Hurzeler está forçando os lutadores

Fabian Herzeler está no Brighton and Hove Albion há apenas alguns meses, mas o técnico já introduziu uma nova palavra no vocabulário da Premier League: ‘Bananenshale’.

Na sua conferência de imprensa antes da visita dos Wolves ao Amex Stadium, Hurzeler falou do equivalente alemão a uma casca de banana ou a um deslize inesperado.

O conceito surgiu em sua terra natal a partir de um desenho animado chamado Fritz. “Ele é o personagem principal da piada – quando escorrega no Bananashale e cai no chão – então eu conheço essas piadas”, disse Hurzeler. “Eles são engraçados, mas esperamos não ver um Bananashale neste fim de semana.”

Isto provou ser uma ilusão.

Hurzeler é o responsável pelo clube, que é especialista em Banananshale. O empate de 2 a 2 de sábado contra o Wolves, quando os anfitriões venciam por 2 a 0 aos 85 minutos, fez com que o recorde do Brighton em jogos contra times fosse rebaixado para apenas 12 vitórias em 46. uma impressionante taxa de vitória de 26 por cento.

É um fracasso familiar que os tem assombrado ao longo da sua trajetória na Premier League, agora pela oitava temporada consecutiva. O último show de terror é provavelmente o exemplo mais ultrajante de todos.


Hurzeler resiste ao último Banananschale de Brighton (Crystal Pix/MB Media/Getty Images)

Os torcedores, especialmente no Amex, se acostumaram a um padrão regular de extravagância contra rivais em dificuldades. O Brighton, apesar de ter muita posse de bola, sofreu empates decepcionantes e derrotas ocasionais. Eles tendiam a não ter habilidade para criar chances claras ou a perder oportunidades de penetrar nas defesas do bloco baixo.

Porém, nenhum desses contratempos familiares os incomodou principalmente contra o Wolves, time que veio da parte inferior da tabela no litoral sul e teve o pior histórico defensivo da divisão. O desenvolvimento do entendimento entre Danny Welbeck e Georginio Rutter viu isso.

Pouco antes do intervalo, Rutter passou pela teimosa defesa de Welbeck para marcar seu sexto gol em nove jogos na Premier League. O eterno ex-atacante da Inglaterra e do Arsenal, que completa 34 anos no mês que vem, já está a apenas três gols de seu melhor recorde de carreira na Premier League nesta campanha, onde venceu duas vezes pelo clube de infância Manchester United.

Cada um de seus últimos três gols foi marcado por Rutter, que foi contratado do Leeds United por £ 40 milhões (US$ 51,8 milhões) no verão. Os outros dois foram contra o Tottenham e em Newcastle, o último dos quais viu Welbeck afastado dos gramados devido a uma pequena lesão.

Ambos os gols foram vitórias (3-2 de 2-0 no Tottenham, 1-0 em Newcastle). Desta vez houve espaço para respirar, com o substituto de Welback, Evan Ferguson, encerrando uma seca de 11 meses de gols – e aparentemente qualquer nova ameaça de Banananshale – com uma finalização clínica de pé direito aos 85 minutos.


Welbeck e Rutter comemoram o gol inaugural (Mike Hewitt/Getty Images)

Todos dentro do campo pensaram que estava feito – incluindo alguns torcedores do time visitante que saíram mais cedo, resignados com a sétima derrota consecutiva. Então, infelizmente para Hurzeler, seus jogadores.

A má defesa de escanteio permitiu a Ryan Ait-Nuri reduzir pela metade a desvantagem dos “Lobos” aos 88 minutos. O empate de Mateus Cunha, aos 93 minutos, surgiu depois de um contra-ataque – com um remate de cabeça de Jan Paul van Hecke – desencadeado por um erro inexplicável do suplente Mats Wiffer.

Momentos antes, o meio-campista holandês estava no espaço do lado esquerdo do meio-campo do Wolves com os companheiros Yasin Ayari, Ferguson e Julio Enciso. O meio-campista do Wolves, Tommy Doyle, tinha uma vantagem de quatro a um. Weafer tinha três opções para selar o acordo: correr a bola para o escanteio, correr para Doyle e chutar para o gol ou fazer um simples passe para um de seus companheiros para finalizar os Lobos.

Ele escolheu a quarta opção: passar a bola direto para Doyle para iniciar o contra-ataque que levou aos pontos divididos.

“Não falei com ele (depois do jogo)”, disse Hurzeler. “Mats é uma grande personalidade. Ele ficará desapontado e, claro, deveria ficar desapontado, mas nesses momentos você pode mostrar seu caráter, pode crescer como pessoa.”

Além da recuperação do Tottenham, os comandados de Hurzeler vão contar com outros dois jogos em casa em setembro – um empate 0-0 com o Ipswich, que ainda não venceu, e um empate 2-2 com o Nottingham Forest. Embora o Forest tenha melhorado muito nesta temporada, eles estavam perdendo por 2 a 1 aos 70 minutos e jogaram com 10 jogadores aos 83 minutos, após a expulsão de Morgan Gibbs-White.

Mais seis pontos teriam colocado o Brighton um ponto atrás do Manchester City, embora, para contextualizar, em outros jogos eles conquistaram pontos que não necessariamente mereciam.

Em retrospectiva, teria sido fácil racionalizar que a interrupção foi causada pelas cinco substituições de Hurzeler aos 72 minutos, quando a maioria delas funcionou. O gol de Ferguson foi armado pelo também substituto Tariq Lamptey e Brian Gruda agarrou a bola para restaurar a vantagem numérica de Wiffer.

Conseguir que a contratação de verão do internacional holandês vindo do Feyenoord para ver o jogo terminar – embora impressionante às custas de Carlos Baleba – também fazia sentido com o calendário que se avizinhava, assim como mudar para uma defesa de cinco a partir dos 80 minutos para lidar com o crescente segundo- meia ameaça.

Hurzeler também teve o azar de perder Lewis Dunk da defesa central devido a um problema na panturrilha no aquecimento para aquela que será sua 250ª participação na Premier League, todas elas como titular. Nunca saberemos se o capitão talismânico – Welbeck assumiu como capitão – teria feito a diferença neste final enlouquecedor.

Tal como está, os próximos três jogos – contra o Liverpool em casa e fora (na Carabao Cup e Premier League), depois contra o Manchester City no Amex antes da pausa internacional de novembro – não se enquadram na categoria Banananshale. O próximo jogo a ser aplicado será no final de novembro, quando o Southampton, último colocado do Wolves, estiver fora.

(Foto superior: Sean Brooks – CameraSport via Getty Images)



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